segunda-feira, 22 de setembro de 2014

CUIDADOS

Acabo de ver um post numa página do face criticando a opção pela bariátrica. Sabemos que optar por uma cirurgia não é como acordar, olhar no espelho e pensar:vou  cortar os cabelos! Mas riscos algumas vezes são necessários. Eu não fiz bariátrica para ficar "bonitinha", termo que a pessoa em questão utilizou no post, assim como acredito que 99,5% das pessoas que fizeram esta cirurgia o fizeram por um motivo maior: saúde.
Pense numa obesidade mórbida que não lhe dá a mínima chance de ter uma vida normal, pressão alta, taquicardia, asma, problemas ortopédicos, depressão, crises de fibromialgia, tudo acumulado em uma só pessoa. Cheguei a tomar três comprimidos para regular a pressão (e mesmo assim não baixava mais do que 15x10), tomava três comprimidos por dia para dores neuropáticas e depressão, mais uma pá de corticoides para dores e asma, não conseguia dormir porque o peso dos meus seios apertava meu tórax, roncava, não conseguia mais caminhar com agilidade, subir escadas, enfim, estava me acabando dia após dia, morrendo aos poucos, até que meu ortopedista, um anjo de médico, me indicou a bariátrica. Fiz, apesar de quinhentas histórias negativas que vinham até minha porta, fiz porque eu queria ver minha filha crescer e não ter um infarto em qualquer momento, fiz porque queria viver e não porque queria ficar "bonitinha".
Hoje não sou hipertensa, não preciso usar suplementos de modo continuo, respiro melhor, as crises de asma reduziram, tenho ainda dor na coluna e fibromialgia, mas isso não é culpa da bariátrica, ao contrário, se eu não tivesse feito estaria sem caminhar.
Não tenho a tendência obsessiva por magreza, como de tudo moderadamente, tanto que consigo manter uma boa taxa de nutrientes e dispensei (com ordem médica) os suplementos que só uso quando tenho alguma queda de nutrientes, faço exames a cada seis meses para controlar isso.
Conheço sim casos que deram errado, mas não a cirurgia em si, o comportamento das pessoas, os cuidados após a realização do procedimento.
Conheço gente que morreu sim, morreu um ano após por não ter se alimentado, por não ter realizado acompanhamento médico e psicológico,morreu de desnutrição porque o psicológico não colaborou, mas aonde fica a responsabilidade da cirurgia nisso?
Eu sempre digo e vou repetir quantas vezes forem necessárias ou me questionarem: a cirurgia é ótima, quando necessário, mas é só uma mãozinha, o resto depende da cada um.
Ninguém vai gostar mais ou menos de nós? Verdade! MAs o que interessa é nós nos gostarmos e cuidarmos de nós.
Nutricionista, psicólogo, cirurgião, enfim, esses profissionais tem de ser consultados, temos de nos policiar para evitar complicações, mas não culpar a cirurgia pelos males.
Cada cabeça uma sentença, mas os cuidados pós cirúrgicos falam mais alto do que qualquer coisa.
Se você está com falta de vitamina ou ferro, zinco ou outro nutriente, procure um médico e faça a suplementação, existem inúmeras opções de vitaminas no mercado, não necessita  ser a da marca "X" ou "Y", basta ser um produto confiável, coma, coma moderadamente mas todos os grupos, não fique paranóico com o emagrecimento, policie -se mas não aprisione-se. Alimentação balanceada e completa, tudo em quantidades moderadas, e o seu organismo vai aprender a viver bem.
Vejo sim pessoas perderem a noção e buscarem uma magreza doentia, mas nunca foi esse o objetivo da bariátrica e sim s saúde.
Enfim, entre viver com certos limites e restrições alimentares e morrer prefiro os limites.
E sei que a maioria de nós optou também por viver, e essa opção no nosso caso chamou-se bariátrica.
E viva os anos a mais de vida que ganhamos.

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